Mitos
Doar sangue engorda? 7 mitos e verdades sobre a doação de sangue
Mitos

Doar sangue engorda? 7 mitos e verdades sobre a doação de sangue

PUB

O Dia Mundial do Dador de Sangue é assinalado, todos os anos, a 14 de junho. Criada em 2005 pela mão da Organização Mundial de Saúde (OMS), esta data serve para sublinhar a importância da dádiva de sangue regular, em todo o mundo.

Apesar de ser um assunto muito falado, persistem algumas dúvidas sobre quem está apto para doar sangue e se é seguro fazê-lo. Será que doar sangue engorda? Os vegetarianos podem dar sangue?

Num esclarecimento enviado ao Viral, o Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST) explica sete mitos e verdades sobre a doação de sangue.

Quem tem tatuagens ou piercings não pode doar sangue?

Tal como o Viral já tinha verificado, esta ideia é um mito. O Instituto Português do Sangue e da Transplantação informa que “ter uma tatuagem ou piercing não é impeditivo, por si só, para a dádiva de sangue”. A pessoa “deve apenas aguardar quatro meses após o ter feito para se candidatar à dádiva”, acrescenta.

Porquê esta espera? No Anexo VII (Critérios mínimos de elegibilidade de dadores de sangue total e de componentes sanguíneos) do Decreto-Lei n.º 267/2007, expõem-se as contraindicações temporárias e absolutas da dádiva de sangue, nas quais se incluem as pessoas com tatuagens e piercings.

De acordo com o documento, a pessoa pode ser impedida de doar sangue até quatro meses depois da realização de uma tatuagem ou piercing, porque foi “exposta ao risco de contrair infeção transmissível por transfusão”.

O mesmo se aplica, por exemplo, a doentes submetidos a: exames endoscópicos com instrumentos flexíveis; transplantes de tecidos ou células de origem humana; algumas intervenções cirúrgicas; e acupuntura.

O peso pode ter influência na doação de sangue?

Sim, é verdade. Além de, para se “ser dador de sangue ter que se ter entre 18 e 65 anos (o limite de idade para a primeira dádiva são os 60 anos)”, é necessário “ter peso igual ou superior a 50 kg”, refere o IPST.

PUB

Isto porque “um baixo peso e uma baixa volémia [quantidade] de sangue são fatores preditivos independentes de um maior risco de reações durante a dádiva de sangue”. 

Para mais, “na dádiva de sangue, não deve ser removido mais de 15% do volume sanguíneo total estimado (relacionado com o peso)”, salienta a mesma fonte.

Não se deve doar sangue durante a gravidez ou enquanto se amamenta? 

Sim, a amamentação e a gravidez contraindicam a dádiva de sangue. Isto justifica-se pelo facto de, nestas circunstâncias, a dádiva de sangue poder “reduzir as reservas de ferro e afetar a quantidade de ferro disponível para o desenvolvimento do feto e no leite materno”.

Há, assim, “um risco acrescido para a pessoa candidata à dádiva de sangue, pelo que não deve dar sangue”, reforça o IPST.

Doar sangue engorda?

Não, “dar sangue não engorda, nem emagrece”, frisa o IPST. “Alguma da  informação que circula constitui um mito e/ou receio, transmitidos por pessoas que, na maioria dos casos, nunca deram sangue”, esclarece.

Assim, “com a experiência e com a observação das pessoas que regularmente dão sangue é que esses receios diminuem, tornando-se assim o gesto solidário da dádiva de sangue num ato simples”, clarifica a mesma fonte.

É verdade que os vegetarianos não podem dar sangue?

Não é verdade que os vegetarianos não possam doar sangue. A primeira dádiva de sangue “pode ser efetuada por todas as pessoas, com hábitos de vida saudáveis e com idade compreendida entre os 18 e os 60 anos”, sendo que um dador regular ou “que já tenha realizado a dádiva previamente poderá dar até mais tarde”, reforça o IPST. 

Assim sendo, “os vegetarianos saudáveis podem dar sangue desde que cumpram o requisito de hemoglobina para a dádiva de sangue”, clarifica.

PUB

Num texto da página “Dador”, pertencente ao IPST, explica-se que “a hemoglobina é a substância que está dentro dos glóbulos vermelhos, capaz de transportar o oxigénio”.

Para os homens poderem ser dadores “têm que ter mais de 13,5g/dl de hemoglobina”. Já as mulheres têm de ter “mais de 12,5 g/dl”.                                                                                                                                                                                                                         

Podemos contrair doenças durante a doação? 

O IPST destaca que “é seguro dar sangue em Portugal”. Por isso, “não há qualquer possibilidade de se contrair doenças através da dádiva de sangue, pois todo o material utilizado é esterilizado, descartável e utilizado uma única vez”.

Depois, de modo a garantir a segurança do sangue e do recetor, segue-se uma estratégia que “assenta no preenchimento de um questionário de avaliação do estado de saúde do dador e numa triagem clínica realizada por profissional qualificado”, etapas “prévias à dádiva de sangue”. 

Após a dádiva, “todas as unidades de sangue são analisadas em função dos requisitos legais e normativos em vigor”, conclui.

Diabéticos não podem doar sangue?

Depende. Segundo a secção “Perguntas Frequentes – Sangue” do site do IPST, “as pessoas com diabetes tipo 1 não podem dar sangue”. 

PUB

Por outro lado, os doentes com diabetes tipo 2 podem candidatar-se à dádiva, mediante algumas condições

As pessoas com esta doença podem dar sangue em caso de: “um controlo glicémico adequado com dieta”; “medicação oral ou medicação injetável, que não a insulina”; não haver “alteração do tipo e da dosagem dos antidiabéticos (orais e injetáveis que não a insulina) nas últimas 4 semanas”; ausência de “antecedentes recentes de hipotensão postural ou tonturas”.

14 Jun 2023 - 02:43

Partilhar:

PUB